Lançamento: Olhando pela janela com Flávia K

Lançamento: Olhando pela janela com Flávia K

Lançamento: Olhando pela janela com Flávia K

Cantora lançou hoje, 24, videoclipe para a música "Janelas Imprevisíveis"

Foto: Arthur Aveiro

A imprevisibilidade pode vim de uma boa maneira, assim como também de uma forma não muito agradável. Em geral, o mundo passa por um cenário longe de ser prazeroso. Mas o canto das aves e as cores do mundo ainda existem, assim como as surpresas deliciosas das canções. Prova disso é o álbum "Janelas Imprevisíveis", o primeiro da jovem artista Flávia K, lançado no ano passado, recheado de diversas sonoridades.

Flávia, que é formada em Rádio e TV, sentou-se na janela de sua própria casa e passou calma e leveza em vídeo que a própria produziu. A canção é a faixa-título de seu disco debute.

"O cenário principal das três janelas é a sala da minha casa e eu já tinha essa ideia de gravar um clipe ali há muito tempo. Quando a música foi criada, deixei o clipe dela reservado para esse cenário. Busquei referências em clipes de artistas como Solange e Snoh Aalegra, que usam essa estética vintage em seus trabalhos. Para mim, era essencial que o videoclipe ficasse com esse visual de câmera analógica caseira, essa imagem um pouco granulada e com pouco contraste", diz a artista.

A faixa em questão tem letra assinada por Anete K, que é mãe de Flávia. "Minhã tem autoria da letra, enquanto a música é minha. A compus no ônibus, viajando para Paraty, gravei a melodia no celular e anotei as harmonias. Não via a hora de voltar da viagem e tocar para saber se ia dar certo. Essa letra incrível era uma poesia da minha mãe que adaptamos para caber na melodia. Para a gravação, eu e o Julio Mossil (produtor musical) convidamos Robinho Tavares (baixo), Leandro Cabral (piano rhodes) e Vitor Cabral (bateria) e os deixamos bem livres, só mostramos uma guia básica de piano e voz, sem muita definição de arranjos. A introdução e o final foram de total criação deles, tudo feito de forma orgânica na hora da gravação. Para completar, eu e o Julio criamos essa atmosfera vocal no clímax e no final da música. As maiores referências para esse som foram João Donato e Esperanza Spalding", conta Flávia.


Jovem de longa estrada

Flávia tem apenas 22 anos, porém dez de carreira. Apesar de seu primeiro álbum ter sido lançado apenas no ano passado, a artista já vinha chamando atenção de medalhões da música nacional, como Ed Motta, Simoninha e Ivan Lins.

"Me sinto grata por todas as oportunidades que tive e aproveitei, e também por tantas experiências na música. Sinto segurança ao fazer meu trabalho por conta de todo esse tempo anterior em que pude aprender e observar desde muito cedo", conta.

Tal estrada percorrido até aqui nãos seria possível sem o apoio familiar que teve. Flávia K não tinha nem 5 anos quando deu seus primeiros passos na música.

Foto: Jhonny Moraes

 "Meus pais sempre incentivaram meus irmãos e eu para as artes. Minha mãe é publicitária mas também faz styling, direção de arte e afins, e meu pai é artista plástico e educador, mas meu interesse pela música veio muito cedo, aos 4 anos de idade. Eu já gostava muito de ouvir jazz, soul e bossa nova com os meus pais e, mesmo sendo criança, já tinha muita facilidade em tirar músicas de ouvido no tecladinho de brinquedo que eu tinha e meus pais dizem que eu já era muito afinada cantando. Meus pais perceberam isso e logo atenderam meu pedido de fazer aulas de piano."

Tal contato frequente com obras de diversas nuances tornou-se perceptível nos trabalhos de Flávia K, que não se prendem em rótulos, vão desde o soul até a bossa nova.

Olhando pela Janela

A pandemia do coronavírus tem alterado diversas camadas da sociedade. No campo artístico não é diferente. Músicos de todo mundo não podem, no momento, realizar shows presenciais. Em geral, as pessoas são atingidas todos os dias por um turbilhão de notícias e até o momento não há certezas sobre nada em um futuro próximo.

Com tudo isso, não tem sido incomum apresentações onlines, por meio das lives e até mesmo em janelas de casas e apartamentos.

Foto: Jhonny Moraes

"Infelizmente, onde eu moro não tem tantos vizinhos, mas eu queria demais conseguir fazer um show na janela. Tenho feito lives nas minhas redes sociais cantando e tocando toda sexta às 21h, e tem sido uma experiência muito legal porque estou conhecendo melhor o meu público e tendo a oportunidade de estar próxima e me comunicar com as pessoas que me acompanham", conta Flávia

"Procuro manter uma rotina, fazendo exercícios físicos, trabalhando, ouvindo e fazendo música e mantendo contato com as pessoas queridas que estão longe. Mas também estou aproveitando esse momento para reorganizar a vida, a casa, o trabalho e as relações pessoais", completa.

Em tempos tão imprevisíveis, ainda é possível olhar o horizonte, apreciar e refletir. "Vejo tempos de caos mas também de silêncio e reflexão. Acho muito importante olhar para fora mas também olhar para dentro e pensar em como estamos levando a vida, como consumimos, como valorizamos nosso tempo e as pessoas queridas para nós. Apesar de tudo, consigo ver a união e cuidado entre as pessoas, consigo ver o céu mais limpo e com cores mais vívidas, consigo ouvir mais o canto dos pássaros do que buzinas. Da minha janela, vejo o sol nascendo", finaliza Flávia K.


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