Djonga ilustra o bom e o ruim da vida na periferia em "Histórias da Minha Área"

Djonga ilustra o bom e o ruim da vida na periferia em "Histórias da Minha Área"

Djonga ilustra o bom e o ruim da vida na periferia em "Histórias da Minha Área"

Rapper lançou no último 13 de março o seu quarto disco de estúdio

Foto: Daniel Assis

Citado, comentado e analisado intensamente desde que lançou "Heresia", em 2017, Djonga continua com o ritmo de um álbum por ano e lançou no último 13 de março o seu quarto registro, "Histórias da Minha Área". Com produção de Coyote Beatz, o rapper mineiro não se abstém de levar ao ouvinte o que vê, o que viu e viveu desde a infância na periferia, sejam coisas boas ou ruins.

Os elementos são auditivos, seja na voz ou no beat, mas as referências, que vão do funk, do futebol, das rimas e até mesmo da capa do disco, clicada pelo fotógrafo Daniel Assis e com letras em fonte de pichação, levam ampla experiência descritiva e até mesmo ilustrativa para quem está ouvindo.

Capa do álbum "Histórias da Minha Área"


Não é de hoje que Djonga é um dos rappers que mais ousam no rap nacional. E também um dos que mais chamam atenção por chocar. Mas, na real, o artista só canta o que está bem na frente dele e de todos nós, em especial para aqueles que vivem nas áreas mais distantes e violentas das cidades.

 "Por mais que seja a minha perspectiva ali nas músicas, quem vem do lugar de onde eu vim vive as mesmas coisas, sejam elas boas ou ruins", diz Djonga.

"Histórias da Minha Área" é, também, um álbum de conexões. Conexão da vida pessoal de Gustavo, o Djonga, que leva em paralelo a sonoridade do disco com a questão de paternidade; o rapper é pai da recém-nascida Iolanda e de Jorge, de três anos. "As crianças dão mais melodia pra vida da gente", explica.

Há também conexão entre passado e futuro. Das referências do artista até mesmo seus trabalhos anteriores, "Heresia" (2017), "O Menino que Queria Ser Deus" (2018) e "Ladrão" (2019), que embora tenham recortes diferentes, de certa forma, levam ao mesmo lugar.

Seja colocando inquietudes internas e pessoais ou mesmo mandando a sua visão de mundo, o que vemos até aqui, além de evolução, é a maneira como disco após disco se completa (e completam-se todos) - e também como o externo e o interno são essenciais para formar não só a vida de Djonga, mas de todo mundo.

No total, "Histórias da Minha Área", lançado pelo selo Cei Ent, tem 35 minutos de duração. Há participações de Bia Nogueira ("O Cara de Óculos"); NGC Borges e Fbc ("Gelo"); MC Don Juan ("Mania") e Cristal ("Deu Dará).



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