Foto: Rodolfo Magalhães
O "Passe Longe" é a nova seção do site Eufonia Brasileira. Este espaço é para avisar você, leitor, sobre canções ou álbuns lançados recentemente, que não tiveram vigor necessário para estar entre os melhores lançamentos. Confira:
Marcelo Falcão - Viver (Mais Leve Que o Ar)
Disco de estreia de Marcelo Falcão, ex-vocalista da banda O Rappa, "Viver (Mais Leve Que o Ar) até tem uma boa produção. Elementos sonoros soam nítidos durante as canções. É perceptível que o bom reggae está ali, junto do roots, rock e pop. Foram criadas ambiências sonoras belíssimas, fomentadas, em especial, pelos bons músicos: Bino Farias, no baixo; Marcos Suzano na percussão; Hélio Ferinha no piano; DJ Negralha nos scratches e efeitos; Felipe Boquinha na bateria; o próprio Marcelo Falcão na guitarra e Fernando Magalhães, também nas guitarras. Arthur Verocai ainda comanda o naipe de cordas.
Até aí, o disco é maravilhoso. Eis que Falcão solta a voz e expõe letras que garotos da quinta série do fundamental fariam melhor. Ou seja, toda a produção do álbum foi por água abaixo.
Anitta & JetLag - Zé do Caroço
Em parceria com os produtores Paulo Velloso e Thiago Mansur, que formam a JetLag Music, Anitta arriscou em gravar uma versão para "Zé do Caroço", canção originalmente lançada em 1978 por Leci Brandão e que remete a um personagem real do Morro do Pau da Bandeira, na Vila Isabel (RJ). O problema é que o clássico samba de Leci, teve em releitura ecoada na voz de Anitta, versão calcada em batidas eletrônicas jocosas, daquelas que não animam nem as moscas em festa matinê. Convenhamos, não casou muito bem com a letra, que já recebeu inúmeras regravações. Passe longe!
Paula Fernandes - Hora Certa
O mais recente EP de Paula Fernandes, "Hora Certa", não é lá um desastre. As letras são bem estruturadas com base em sonoridades country e folk, diferente do sertanejo que reina nas FMs do país. Mas ainda falta intensidade nisto, tudo soa homeopático demais, o que pode cansar o ouvinte. Ainda que tenha poesias dignas de nota, o mesmo assunto sempre (dores do amor) demonstra pouca criatividade, ou mesmo repetição de fórmula de forma proposital, já que a cantora alcançou sucesso com canções neste naipe. Não chega a ser horrível, mas o registro se esgota antes mesmo de acabar.
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