Foto: Reprodução/Facebook
Ouvir o 31° álbum de Erasmo Carlos, "Amor É Isso" (Som Livre), é como caminhar em uma praia vazia, em um fim de tarde onde sol já não está tão forte, mas agradável para a caminhada. Em 12 faixas, produzidas por Pupilo e dirigidas artisticamente por Marcus Preto, o Tremendão caminha calmo, apaixonado e moderno na cabeça do ouvinte.

Já em "Termos e Condições", Erasmo contou com Emicida para cantar como as tecnologias mudaram as relações pessoais. "Tudo é meio Jetsons"/Snaps e chats/E gadgets bons/Tudo é meio Jetsons/Enfim, na boa/Mas o primeiro touchscreen foi de uma pessoa", diz trecho da música. Mesmo um assunto que pareça tão complexo e técnico, ganhou a combinação poética mais solta do disco.
O soul quebra bem o clima sereno do álbum em "Acareação Existencial (Vem Vida Muito)", oitava faixa do registro. A música antecede "Novo Love", versão em português de "New Love", canção composta por Tim Maia e Roger Bruno e lançada originalmente em 1973, no terceiro álbum do "síndico".
E o que dizer de "Não Existe Saudade no Cosmos"? Canção composta por Teago Oliveira (Maglore), foi o primeiro single do álbum e talvez seja a canção mais triste e emocionante do registro. Erasmo, ao tentar se desagarrar de alguém que partiu e não deseja voltar, dá espaço ao choro, dá um recado de desapego, mas indica que a porta estará sempre aberta. "Se você quiser chorar/Então chore/Então chore/Se o Cosmos é o lugar/Que não morre/Que não morre/Você sabe o caminho de casa", diz refrão da música.
"Amor É Isso" é um registro linear, sem tantos nuances. É um disco que se mantém, e, acredito, que esta foi realmente a proposta ao se apresentar um álbum temático, regado de amor. Com certeza um dos melhores lançamentos deste semestre e, provavelmente, um dos discos mais bonitos deste ano.
Comentários
Postar um comentário