"Tocar ao ar livre, para pessoas que te adoram, é legitimar uma caminhada que está só começando", diz Mahmundi sobre Lollapalooza

Foto: Divulgação

Carioca da gema, Marcela Vale, a Mahmundi, é um dos destaques da atual música nacional. A cantora, hoje, faz parte do cast da Universal Music e está atualmente trabalhando em seu mais novo disco, que será o primeiro pela gravadora. Mas a história de Marcela é a história de insistência, de alguém que sabe o que realmente quer.

Desde cedo, a cantora compõe. Aprendeu a tocar violão e continuou sempre fazendo música, de uma maneira intuitiva, segundo diz. Adentrou e começou a viver o universo da música ao ser técnica de som do Circo Voador, icônica casa de shows do Rio de Janeiro. Ficou lá por sete anos, trabalhando duro. Em 2012, lançou seu primeiro EP, "Efeito Das Cores". Em 2016, colocou na rua seu primeiro álbum, homônimo, com edição do selo StereoMono.

Tudo isto faz parte de um processo, "uma caminhada que está só começando", segundo comenta a cantora. Mahmundi toca no próximo 25 de março no Lollapalooza e fecha o nosso especial de entrevistas com artistas que tocarão no festival. Confira:

EB: Você foi técnica de som por sete anos no Circo Voador. Como que foi esta experiência e o que você pode dizer que aprendeu durante este tempo?
Mahmundi: Foi uma experiência muito importante e gratificante. Hoje em dia eu consigo entender que, de fato, ter passado por este lugar me deu muita experiência para conseguir entender melhor a estética de se fazer um disco. Tive contato com muitos artistas, então acho que foi importante, porque você consegue fazer algumas previsões de como é produzir e ter uma liberdade.

EB: Quando que você começou a compor? Você lembra qual a primeira letra que você escreveu?
Mahmundi: Eu comecei a compor muito cedo. Não lembro das primeiras coisas, mas eu fazia muita poesia. Depois, aprendi a tocar violão também. Era uma coisa bem intuitiva. Sempre foi muito intuitivo. Foto retirada do Facebook

EB: Em algumas canções você divide a composição com algumas pessoas. Como que é esta coisa de trabalhar uma letra em grupo ou em dupla?
Mahmundi: Antes eu produzia sozinha, hoje em dia divido o processo com o Lux Ferreira. As composições são sempre com amigos, como o Roberto Barrucho, que é meu amigo, parceiro.

No meu primeiro disco, como era o primeiro, eu não tinha uma gama de contatos, então comecei a fazer com pessoas talentosas próximas a mim que eu super acreditava. Então, o processo é bem de boa. Acho que, agora, consigo até convidar outras pessoas. Agora está mais bonito este processo...maior, na verdade, bonito sempre foi (risos).

EB: Qual a melhor e a pior coisa de ser musicista?
Mahmundi: Hmm...não sei. Não consigo ver música como melhor ou pior. Música é um envolvimento com a vida, tudo que você está sentindo. Tem que estar muito conectado ao mundo e a sensibilidade. A sensibilidade vai sempre migrando para a música. Quando você ouve uma história, quando você vai para a rua, quando você dorme. Acho que é só ficar atento. A melhor coisa, ou a pior, é estar conectado com o mundo e ficar atento para isto. Acho que precisamos disso. Independente de ser música ou não. Foto: Daryan Dornelles

EB: Você está preparando um novo álbum, certo? Em que fase que está isto?
Mahmundi: Estou produzindo e está sendo uma aventura. Produzir um álbum no momento de tanta mudança no mundo, no país, a gente acaba se repensando, se vendo, sabe?

Estou muito feliz e, obviamente, que todo dia é um dia diferente, né? Até para ir ao estúdio, quando você volta para casa, está tendo alguma coisa que mexe no cotidiano da sua composição musical de alguma forma. Só posso dizer que estou animada. Agora trabalhando em uma gravadora, a Universal Music, eu sinto que é legal trabalhar neste mercado e ser produtora musical em uma indústria tão fértil como no Brasil.  De fato, é maravilhoso.



EB: É diferente para você entrar no estúdio hoje, se for comparar lá com o começo, na época do  "Efeito das Cores?
Mahmundi: O sonho, que estava no primeiro EP, até agora, continua o mesmo. Mas, tem uma coisa neste processo, que é quando você vê o mapa de uma vida profissional. Eu sempre achei que minha verdade, minha música, sempre estiveram lá, mas, em algum momento, eu vi que precisava estudar mais, que precisava ter outras pessoas trabalhando juntas.

Então, você vai entendendo o desdobramento destas relações de uma forma muito mais profunda. Estou, talvez, mais atlética para fazer produção musical. Minha essência continua a mesma, vontade é a mesma, a felicidade é a mesma.

EB: O quanto é importante para você estar em um festival como o Lollapalooza?
Mahmundi: É um festival incrível, estou super animada. É um misto de nervosismo e de felicidade, porque é muito empolgante. Você está em um festival que tem jovens do Brasil inteiro. Pessoas do mundo inteiro que participam disso, né. Só quero dar o melhor e se conectar, em uma tarde incrível. Vai ser muito bom fazer isto lá.

EB: E o que esperar do seu show no festival?
Mahmundi: Vamos tocar o disco na íntegra, algumas novidades e muita energia. Acho que cantar isto, ao ar livre, com pessoas que adoram estas canções, é legitimar esta caminhada que está só começando. Fico muito feliz por estar com fãs, com pessoas que consomem suas coisas e te adoram. Isto é maravilhoso. Celebrar com pessoas que, de fato, adoram o que eu faço e que me fazem feliz. Enfim, é muito bonito.

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