Entrevista: Drik Barbosa está chegando

Foto: Luciana Faria

Uma das revelações da música brasileira: Drik Barbosa está chegando. Integrante do coletivo Rimas & Melodias, a cantora lançou recentemente seu primeiro trabalho inteiramente solo, o EP "Espelho", pelo Laboratório Fantasma. Cinco faixas que colocam em destaque Drik ao mundo e que revelam diversas qualidades da compositora. O regisrrr cria expectativa para muito mais.

No disco, a rapper fala sobre suas vivências, lutas e felicidades em um EP que serve também de degustação para seu primeiro álbum, que sai no ano que vem. Em entrevista ao Eufonia, a cantora fala sobre suas influências, composições e o que vem por aí. Confira:

EB: Drik, o que você ouvia quando era criança/adolescente? Tinha alguma mulher do rap que você admirava?
Drik: Minha família é nordestina e sempre foi muito musical. Ouvia desde axé, forró até o Rap, que meus tios ouviam. Foi assim que acabei conhecendo o gênero. A primeira MC que tive contato foi a Lauryn Hill, ainda criança, e influenciou muito pra que eu faça essa mistura de Rap e R&B no meu som. Uma MC nacional foi a Stefanie, que quando ouvi pensei: “é assim que quero fazer rima!”.

EB: Como que foi a reação da sua família quando você começou a trabalhar com música e como que é esta recepção hoje?
Drik: Foi tranquila. Meu pai era baterista e canta, tenho tios que cantam também, inclusive, um deles continua trabalhando com música. Meus pais ficaram felizes porque encontrei o caminho que me fez feliz. Eles me apoiam desde o início.

EB: Achei "Camélia" muito interessante, até porque eu não conhecia a flor e nem a história. Como e quando que você conheceu esta história e como que veio a ideia para a música?
Drik: Eu estava começando a escrever mais uma faixa pro EP e lendo o livro “Na minha pele”, do Lázaro Ramos. Me deparei com essa história sobre Camélia e, na hora, senti que deveria falar sobre isso, trazendo pra minha realidade e foi o que fiz. “Camélia” fala sobre soltar as amarras, não ser mais escrava dos padrões, dos preconceitos. Quero que minha música passe essa mensagem e liberte as pessoas de alguma forma.

EB: Você colocou suas vivências, lutas e felicidades no "Espelho". Como que é colocar conteúdos tão pessoais nas músicas? Que sensação isto leva a você?
Drik:  Desde que comecei a compor, sempre falei sobre as minha vivências e como vejo a vida. É como sinto que minha existência pode contribuir de alguma forma. Percebi que pessoas se identificam com o que vivo, por viverem também estas experiências e terem essas visões. Minha forma de compor é externando o que se passa dentro de mim e isso sempre foi natural pra mim.

EB: "Espelho" é um disco que transita por várias coisas. Tem música romântica, crítica, de curtição. Isto foi planejado? E como foi decidir se a música iria para o EP ou de repente ia só para o álbum, que sairá neste ano, certo?
Drik: De certa forma foi. Eu tinha que escolher 5 faixas e elas tinham que passar as mensagens que eu queria pra esse primeiro projeto. O álbum, na verdade, sai em 2019. Começo a trabalhar nele no segundo semestre. Serão só músicas inéditas.

EB:  Como que foi escolher as parcerias para o disco? (Rincon Sapiência em "Melanina" e a Stefanie na faixa-título). Como que foram pensadas estas parcerias?
Drik: Stefanie é uma referência imensa pra mim e sempre quis ter ela em um projeto meu. A faixa “Espelho” tem muito a ver com as vivências dela também e por isso a chamei pra essa faixa. Com o Rincon foi o mesmo, sempre fui muito fã do trabalho dele e a faixa “Melanina” traz uma mensagem que ele também passa no trabalho dele, de celebramos nossa força, ter orgulho de quem somos e que também merecemos nos divertir.

EB: Para finalizar, quais as projeções para estes próximos meses?
Drik: Muito trabalho! Terão shows de promoção do EP e quero levar esse show pra outros estados também.

Todas as fotos são de autoria de Luciana Faria.


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