Entrevista: com novidade no repertório, Plutão Já Foi Planeta promete surpresa para o Lollapalooza

Foto: Divulgação

Poderia ser só mais uma banda de um reality show qualquer. Mas, com primeiro álbum lançado em 2014, o Plutão Já Foi Planeta aproveitou a participação no Superstar, em 2016, para alavancar a carreira. Naquela época, o grupo já trabalhava em seu segundo registro, "A Última Palavra Fecha A Porta". O reality foi a maior reviravolta neste processo.

O disco, então, chegou às ruas no ano passado, pela Som Livre e produção de Gustavo Ruiz. Recentemente, o grupo lançou o single "Estrondo" e agora se prepara para o Lollapalooza. Sapulha Campos, um dos integrantes do Plutão, respondeu algumas perguntas para o nosso especial. Confira abaixo:

EB: Vocês participaram do programa Superstar em 2016. Vocês veem que a imagem da banda ainda é muito atrelada ao reality show ou o público distanciou um pouco esta coisa? O quanto foi importante para vocês participar do programa?
 Sapulha: A gente sabe que essa ligação ainda será feita por muito tempo, é normal, mas também acreditamos em uma tendência de que isso vá desaparecendo aos poucos. Novas fases do trabalho e da vida vão surgindo e é normal que algumas coisas vão ficando para trás. Lógico, faz parte da nossa história e temos orgulho disso. Foi de extrema importância, abriu muita porta, nos projetou de uma forma que possibilitou que realizássemos muitos dos nossos objetivos traçados desde o início da carreira.

EB: Lá em 2014 vocês lançaram o primeiro trabalho de estúdio, "Daqui Pra Lá". De lá pra cá os objetivos e as projeções mudaram? Vocês conseguiram um certo reconhecimento, né. Qual é o sentimento de olhar para trás e ver onde vocês chegaram?
Sapulha: Acho que a intenção primária nunca mudou: levar nossa música pro maior número de pessoas e lugares possível. Muda a forma como vemos e agimos em relação a muitas situações, maturidade consequente do tempo, de vivências, etc. Olhar pra trás, pra gente, só serve pra motivar pra que sigamos em frente, pra que cada vez a gente tenha mais e mais conquistas. Uma olhada pra trás rápida e o resto do caminho sempre mirando pra frente. Ficamos felizes, lembramos, celebramos, mas sempre nessa intenção de alcançar coisas novas.

EB: Como que é processo de fazer música de vocês? Vocês compõem a todo instante, mexem muito nas músicas antes de colocar na rua? Separam um tempo pra fazer isto, como é? Sei que o "A Última Palavra Fecha A Porta" começou antes do Superstar
Sapulha: As composições não param. Existe um momento de composição menos coletivo, onde é feito o esqueleto das músicas. Depois levamos pra banda, onde pensamos e arranjamos tudo e todos juntos. Geralmente esses esqueletos partem de mim (Sapulha), Gustavo e Natália. Na gravação do último disco não foi diferente. O processo foi meio louco porque começamos e tivemos o Superstar, que influenciou no resultado final, até pela mudança profunda que tudo que tava acontecendo nos causou. Quando saímos do programa, continuamos as gravações em Natal e uma outra parte em São Paulo. Também contamos com a produção de Gustavo Ruiz, elemento essencial nesse disco.

EB: E como que é esta coisa de ser produzido? Que diferença faz e o quanto foi importante a presença do Gustavo ali?
Sapulha: Foi a primeira vez que tivemos produção e costumamos dizer que existem dois momentos na história do Plutão: o antes e o depois de Gustavo Ruiz. A gente entendeu como era o processo de gravar um disco, de arranjar, de pensar. Há uma diferença entre compor, fazer show e gravar. Até então a gente nunca tinha parado muito pra prestar atenção nesses detalhes, até por falta de necessidade e oportunidade mesmo. Até a maneira como ouvimos música mudou depois dessa vivência. Gustavo conseguiu sintetizar o que queríamos passar em linguagem musical naquele momento. Ele foi o cara que equilibrou tudo, que deu harmonia em um processo tão complexo e rico de elementos. Estamos falando de cinco cabeças, dez músicas, centenas de arranjos. Tem que ser o cara pra ajustar tudo isso de forma que traduza o que se quer passar artisticamente, e esse cara se chama Gustavo Ruiz!

EB: Vocês já participaram de diversos festivais, mas qual foi a reação de vocês ao descobrirem que iriam estar no Lollapalooza?
Sapulha: É uma mistura de felicidade com a sensação de dever cumprido. Lutamos por isso, almejamos. Isso já foi conversa antiga na banda, ainda que visto como algo surreal. O sentimento agora é de traduzir tudo pra muita energia em cima do palco. Um festival desse porte é, com certeza, objetivo pra qualquer banda, e isso é um marco pra nossa história!

EB: Vocês têm uma parceria com a Liniker, que, embora não se apresentará no mesmo dia, também estará no Lolla. Pode, de repente, acontecer uma participação especial? E o que mais vocês estão preparando para este show, algo de diferente, alguma novidade ? 
Sapulha: Já tivemos participação da Liniker em um show cantando "Insone", faixa que participa no disco. Dessa vez vamos tentar algo diferente, mas ainda não podemos revelar. A grande novidade também vai ser que vamos tocar pela primeira vez o nosso primeiro single de 2018, "Estrondo". 

EB: Pros leitores que ainda não conhecem muito bem o Plutão, por que assistir o show de vocês no Lolla?
Sapulha: O nosso show tem uma pegada diferente do disco. Nas gravações temos uma preocupação minuciosa com o que vai ser mostrado no sentido de arranjos, composição. No palco somamos isso a muita energia e alegria de estar ali em cima. A execução das músicas ganha uma alma nova e garantimos que vale a pena dividir essa momento com a gente!


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