O "pop esquisito" de Tagore marca presença no Lollapalooza

Foto: Juarez Ventura

Tagore Suassuna é um rapaz inquieto. No sentido bom da coisa. Em 2016, o cantor lançou "Pineal" pela Sony, disco que vem sendo divulgado em seus shows por todo o Brasil. Mas, antes disso, o pernambucano já tinha em seu catálogo o elogiado "Movido a Vapor", com uma sonoridade regional, totalmente diferente do disco de 2016 e "Aldeia", registro lançado em 2010, com nove canções, que antecede "Movida a Vapor".

Além disso, o cantor acumula trabalhos em outras bandas, como a The Keith, grupo que fez um certo barulho na cena pernambucana. Já encarou a estrada, mudou de ares e transitou por diversos festivais. A própria metamorfose ambulante.

Agora o cantor, junto com Caramurú Baumgartner (percussão e voz), Júlio Castilho (baixo, guitarra e teclados, Alexandre Barros (bateria) e João Cavalcanti (baixo, guitarra e teclados), se prepara para o Lollapalooza, um dos maiores festivais do país.

Dando continuidade ao nosso especial Lollapalooza, convidamos Tagore a nos responder algumas perguntas. Confira abaixo:

EB: "Pineal" tem uma sonoridade muito diferente de "Movido a Vapor". Como você define sua música hoje?
Tagore:  Costumo definir nosso som com rótulos próprios, como “Psicodelia Retrofuturista”, no caso do Movido a Vapor, e “Pop Épico”, em Pineal. Mas tudo isso é subjetivo e termina sendo uma diversão para nós, sempre que finalizamos um álbum. No fim, acho que o nosso som é um Pop esquisito.

EB: Desde o início de sua carreira você esteve mudando, seja a sonoridade de suas músicas ou de cidade ou de banda. É claro, as circunstâncias ocasionam mudanças. Mas o que você leva de mais importante destes processos de transição? Se você olhar pro início até aqui, no que mais amadureceu?
Tagore:  Cada caminhada é única e tem seus erros e acertos. Acredito que o que fica de mais importante é esse aprendizado do que serve pra seguir adiante e o que deve ficar para trás. Acredito que amadurecemos bastante a performance ao vivo, do início pra cá, bem como a percepção e conhecimento técnico de estúdio.

Foto: Zé de Holanda/ Retirada do Facebook


EB:  No seu último disco tem o Dinho, dos Boogarins, ali no vocal de "Reflexo", além da presença do Benke e do João também. Como foi trabalhar com eles e o quanto estas parcerias são importantes?
Tagore: O João Cavalcanti é meu parceiro desde o início, em 2010, quando gravamos o "Aldeia", nosso primeiro registro. Produzimos bem juntos. Ele tem uma percepção muito complementar à minha. 

Quanto ao Dinho e o Benke, nos conhecemos na estrada, em 2014, e, ao longo desses 4 anos firmamos uma amizade verdadeira, daquelas que você passa seis meses sem se encontrar, mas quando rola, é tudo igual, o abraço é apertado e sincero. Os Boogarins é a melhor banda da atualidade e está em um nível muito acima das outras. É fluido e forte. Trabalhar com eles é sempre incrível.

EB: O quanto é importante participar, não só do Lollapalooza, mas de festivais em geral e como vocês fazem para adaptar o a apresentação de vocês?
Tagore: Os festivais são a vitrine perfeita tanto para o público como para os produtores conhecerem novos artistas. Não existem diferenças gritantes dos shows que fazemos em festivais e em pequenas casas. É mais uma questão de se conectar com o público. A diferença fica por conta da estrutura, volume de palco, etc.

EB: O que você tá afim de ver no Lolla?
Tagore: Quero muito assistir o Anderson Paak e David Byrne.

EB: E por que ver o Tagore no Lollapalooza?
Tagore: Porque vão gostar. Imagina o Tom Zé bebendo com Alceu (Valença) ao som de Unknown Mortal Orquestra. Tem como ser ruim?

Tagore se apresenta no Lollapalooza no dia 24 de março.
Leia também: Larissa Conforto fala sobre as projeções da Ventre pro Lollapalooza

Financie o Eufonia: apoia.se/eufoniabrasileira


Comentários