São Paulo recebe a euforia, melancolia e a luz de Soledad

Foto: Lucas Lima

Noite agradável em São Paulo nesta último sábado, 15. A cearense Soledad, consolidada na cidade paulista, prepara o show de estreia de seu álbum homônimo. Da entrada do CCSP é possível ouvir a banda passando o som. A música é "Mil Setas". Faltava cerca de meia hora para o show realmente começar. E o público chegava. 10 minutos para às 19h. Entramos. A espera dentro da sala Adoniran Barbosa foi pouca, logo todos se acomodaram e Soledad deu o ar de suas graças, com uma expressão séria e um pedaço de papel na mão. No início, apenas a banda no palco. A cearense se concentrava junto à plateia. Antes de se aprofundar em seu disco, introduziu com uma canção de Jards Macalé. Olhos vidrados do público. Nenhum movimento, nem mesmo suspiro. Era "Bolinha de Papel".

Então a portentosa Soledad desfilou suas interpretações. Mostrou mesmo como está seu disco. Em Jardim Suspenso veio a intensidade. Sentia-se a música realmente. Dançante e alegre em "Corpo Solto". Chorosa em "Vermelho Azulzim". "Meu nome é Soledad e eu vim de Fortaleza", dizia a cantora. Seu sotaque ficava mais forte quando falava com o público. Nervosa, se dizia estar. E ainda assim sua obra foi exposta com êxito. Artística, teatral. Transpõe os limites da música.

Foto: Lucas Lima

Se começou com Macalé, terminou, antes do bis, também. Com "Soluços", extravasou, gritou, pulou. "Meu nome é Soledad e eu vim de Fortaleza". Voltou para mais. Repetiu "Jardim Suspenso",e a pedido do público, terminou com "Portentosa". "Vocês sabem o que é uma portentosa?" Perguntou. Sem respostas. "Pode-se ter dois significados", dizia em um tom humorado. "Pode ser uma barata gigante, deste tamanho", mostrava, - "E pode ser uma coisa importante, grande, extraordinária." Em meio ao caos da cidade, ali estava a melancolia, o drama, as danças, o choro, a arte. Por uma hora e quinze vislumbramos uma luz portentosa. São Paulo está mais iluminada por hospedar alguém como Soledad.

Acompanham Soledad no palco: Carlos Gadelha e Allen Alencar (guitarras), Felipe Faraco (baixo) e Xavier Francisco (bateria).

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Fotos: Lucas Lima

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