A poesia que vai do folk ao rock de Douglas Mam & Os Famigerados

Dando continuidade a nossa série "Novo Cenário Musical", hoje apresentamos o cantor, compositor e poeta Douglas Mam, que apresenta o seu trabalho ao lado da banda Os Famigerados. Antes de iniciar sua carreira solo Douglas Mam passou por várias bandas, também já fez o arranjo de compositores como Tatá Aeroplano, Júlia Valiengo ( Trupe Chá de Boldo) e Paulo César de Carvalho. Já lançou um single com produção de Juliano Gauche e vem reunindo composições para um futuro EP. Veja o que ele nos contou sobre esses projetos.

  Foto: Luís Dávila



EB: O que te levou a iniciar um trabalho solo e como foi feita essa conexão com os
famigerados?
Douglas: Tenho um trabalho autoral de músicas e poemas há mais de 15 anos, durante esse
tempo toquei em algumas bandas e por motivos diversos os projetos sempre chegavam ao fim. Quando a última banda que toquei, a ‘Babilaques’, acabou, tive vontade de iniciar um trabalho solo. A ideia era dar vazão ao trabalho que vinha amadurecendo durante esses anos.

O encontro musical com Os Famigerados foi o que faltava, juntamos a fome de música com a vontade de tocar (risos), a conexão foi natural. Os Famigerados começaram com o baixista Rodrigo Cambará e o guitarrista Celso Gattaz e mais tarde o André Gattaz, na percussão, se uniu a banda. É um privilégio tocar com esses músicos.

EB: Existe algum projeto em gravar suas composições em um álbum ou EP?
Douglas: Sim, já estou selecionando quais as canções entrarão no EP. A ideia é seguir trabalhando mais este ano para lançar o EP em 2017.

EB: Você já se apresentou em espaços populares e educacionais, pegando esse gancho, você acha que grande parte da cultura nacional é direcionada para a classe média?
Douglas: Sob o aspecto da cultura como artes de palco, acredito sim que ela é direcionada para as classes mais favorecidas economicamente. Na música, a cena independente até democratiza isso um pouco pois sai do circuito das grandes casas de show, mas a maioria das casas de música independente ainda estão geograficamente em locais de difícil acesso para quem mora na periferia, por exemplo.

Por outro lado, o advento da internet é um paradoxo, pois ao mesmo tempo que democratiza o acesso e amplifica o trabalho do artista independente, não remunera o trabalho artístico de uma maneira interessante, o que pode enfraquecer a cadeia criativa da música. Acredito que é um momento de grande transição esse que vivemos e a música, o modo de fazê-la e “consumi-la” estão nesse processo.  Não sabemos muito onde vai dar, o importante é seguir fazendo, buscando e criando esse novo ambiente.

     
       Foto: Luís Dávila


EB: A divulgação de novos músicos vem sendo cada vez mais difícil até por conta do desinteresse das gravadoras, o que te faz acreditar ainda nessa arte e te motivar para ir atrás de público?
Douglas: A arte para mim é como oxigênio, o resto a gente vai adaptando e criando. Voltando a questão anterior, é uma fase de transição. O fenômeno do declínio das gravadoras aliado a internet como plataforma de divulgação, ao meu ver, tem seu lado bom na medida que criam um espaço para mais gente mostrar seu trabalho.

Hoje, você pode gravar seu som e colocar na internet sem precisa de gravadora, e isso propicia ao público conhecer mais artistas independentes. Eu admiro a galera do” faça você mesmo”.

Um ambiente bem efervescente de música autoral está aí e novas cenas vêm se formando. A coisa está mais pulverizada, o público também está pulverizado. É mais democrático. O desafio agora é encontrar sustentabilidade para a produção autoral.

EB: Como rolou a ideia de lançar “Se eu” como single, no que a música se destaca para ser o pontapé inicial?
Douglas: Essa música é uma parceria com grande amigo e compositor potiguar, Vitor Santhiago. A música fala de autenticidade, de ser você mesmo, e faz isso com humor – de maneira ora leve, ora mais cortante. A princípio escolhi a música mais pela sonoridade, mas, refletindo agora, talvez tenha escolhido inconscientemente também pelo sentido que a canção evoca.

Tatá Aeroplano que fez a articulação e ajudou na escolha dos músicos é um artista que admiro, tanto pela qualidade de seu trabalho como pela maneira que conduz sua carreira. Murilo Sá tocou guitarra, contrabaixo e bateria na canção e foi uma honra tocar com ele. A música ainda teve a participação do talentoso Peri Pane que tocou violoncelo.

Senti que a produção de Juliano Gauche aprimorou o diálogo presente na música. Claro, escuro, dia e noite, loucura e sanidade, duas faces de uma mesma moeda, ser você mesmo com todas as contradições. O clipe tem direção e edição do Famigerado Celso Gattaz, que trouxe para esse mesmo conceito para as imagens. Fiquei muito feliz com o resultado. 

                                                 

EB: Em questão de apresentações, existe algumas já marcadas ou existe planos para futuros concertos?
Douglas: Sim, faremos um show no Sensorial Discos, no dia 24, sábado às 18h, e outro na Casa do Mancha, dia 30. Deixo aqui o convite a todos os leitores do blog.

Douglas Mam e os Famigerados se apresentam próximo dia 24 de setembro, no Sensorial Discos ás 18hrs. Os ingressos custam apenas R$ 10,00 e na sequência ainda vai ter show do Juliano Gauche, vale a pena conferir!

Sensorial Discos
Rua Augusta, 2389 - Jardins (a quatro quadras da Av. Paulista)
Informações: (11)3333-1914

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Agradecemos ao Douglas Mam e sua assessoria de imprensa pela atenção e simpatia!

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